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terça-feira, 23 de agosto de 2011

Saúde Ambiental: o debate sobre destino final de medicamentos está apenas começando.

Meus amigos, colegas professores, colegas do PET / Vigilância e alunos de Medicina da UESB VC vejam esta primeira reportagem, serve para futuros debates de propostas.

 

Este vídeo foi produzido pela FioCRUZ e exibido através do canal Saúde em 17/08/2011.
Quais as propostas viáveis na nossa rede pública de saúde? Como as redes de farmácia podem contribuir na problemática?

INTEGRAÇÃO ENSINO, SERVIÇO E COMUNIDADE: Boas vivências!!!

Quão grande é o desafio de ser um professor e aluno de Saúde Coletiva!!!
Mas essa semana estou muito feliz e satisfeito com o empenho dos alunos que acompanho no PIESC I e PIESC IV. 
Especificamente, ontem foi a turma do PIESC IV, os discentes (Adriana, Fernanda, Rafick e Paula) deram um show no estudo dirigido e debate promovido sobre Promoção de Saúde na perpectiva do modelo aplicado no Centro de Promoção da Saúde do Serviço de Clínica médica Geral do HCFMUSP.  Eles ousaram não apenas em apresentar com dedicação o Roteiro de Procedimentos Básicos para a Promoção da Saúde do referido serviço, mas aprofundaram a discussão trazendo o confronto de fontes e a discordância entre as mesmas. 
Debateu-se a abordagem médica ao usuário dito sadio. Trata-se daquele cidadão que vai ao serviço de saúde espontaneamente ou estimulado dizendo ao médico que quer fazer um check-up (expressão comumente usada). Esse também é um direito do usuário do SUS - saber sobre seu atual estado de saúde, a presença de fatores de riscos naquele momento de sua vida e no futuro e, eventualmente, o diagnóstico precoce de doenças. Mas infelizmente esse direito parece ainda não ser exercido na nossa realidade, por uma série de razões. A situação da procura médica do indivíduo sem doença é tratada sem a devida importância nos serviços de saúde, abarrotados em sua maioria por "já doentes" e, consequentemente, ainda não faz parte de uma cultura de autocuidado de nossa população.
Eventualmente quando o persistente usuário consegue o acesso a um profissional - entre eles o médico - no intuito de avaliar seu estado de saúde, duas condutas equivocadas e limitadas são comuns: CONDUTA 1: pede-se um monte de exames - sem nexo particularizado com a história de vida daquele indivíduo e sem sequer tocá-lo - e ainda, vomita-se um tanto de informações mágicas de mudança de estilo de vida e, pronto - fiz minha parte enquanto bom médico! CONDUTA 2: de modos variados convence-se o usuário que ele ficará doente/infeliz ao tentar ter acesso ao conjunto destes exames (como é dificil e demorado marcá-los!!!) tidos como necessários para determinar a sua saúde - e ele desiste. 
Portanto, o primeiro passo é reconhecer e garantir o direito que tem este cidadão do acesso qualificado a exames e profissionais tanto em saúde quanto em situação de doença.
Os alunos exploraram muito bem em suas falas a parte relativa as condutas médicas, desde o exame físico e os exames complementares de rastreamento básico para pessoas sem ou com fatores de risco (para Cancer, DST, doenças ocupacionais, doenças cardiovasculares, metabólica e deficiências auditivas em idade avançada) com notável certificação científica que vão além de empirismos consagrados. Foi show mesmo.
Ali, conseguimos associar prática clínica e cidadania. Por isso, considerei esta uma experiência exitosa em minha vida na docência da Saúde Coletiva. Disse aos alunos e repito aqui que aquela foi uma vivência de aprendizagem conduzida pelos mesmos. Sai, além de satisfeito com o resultado, feliz em sentir que o "pulso  da Saúde Coletiva ainda pulsa" agora até mais forte.


segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Sobre os outros Vazios da Conferência...

Como disse na postagem anterior a Conferência me deixou órfão em alguns aspectos. É essa mania da gente querer respostas prontas pra tudo, né? Bem, vamos lá. Um outro vazio foi o discurso do Alfredo Boa Sorte na sua conferência do dia 11/08 à tarde.
A primeira sensação que eu tive é que ele se esquecera que falava pra o povo de Conquista, um povo de tradição quando se trata do estudo e engajamento no desenvolvimento do SUS, isso por que gastou preciosos 25 minutos falando da história do SUS (nunca é ruim relembra-la, mas reconta-la em recortes esmiuçados as vezes não é didático).
A segunda impressão é que nem de longe ele passou pela proposta do Painel que era discutir os desafios da Implementação dos Princípios da Integralidade, Universalidade e Equidade, perdeu-se uma ótima oportunidade para discutirmos o maior feito do governo Dilma até o momento, e quem sabe da história do SUS nos oito últimos anos, que foi a regulamentação da lei 8.080/90 através do decreto lei 7508/2011, perdeu-se a chance de refletirmos como as iniquidades sociais interferem na efetivação dos princípios e como o combate as iniquidades podem ser articuladas e integradas nas políticas de Estados.
A terceira impressão é que vai ficando para o público (analisando suas colocações) a noção de que a poção mágica para o financiamento do SUS é a regulamentação da emenda 29. Assim, fiquei desamparado.
A segunda conferência da tarde foi mais contribuitiva a meu ver, proferida pelo Dr° José Luiz Riani Costa que organizou sua fala a partir de sua atuação na promoção da participação de idosos na definição de suas políticas e retomou conceitos necessários a ação do controle social.
O painel III, ufa! que miscelânea de temas foi colocado para o nobre conferencista, eu nem de longe atingiria o objetivo de abordar de modo alinhavado os subtemas postos, portanto não ouso a criticá-lo em sua totalidade. Penso apenas que o esvaziamento da platéia se deu em parte pelo avançar da hora e fome do público, mas principalmente por que ele não abandonou os slides preparados com tanto carinho. Penso que talvez faltou a ele a sensibilidade e/ou coragem para jogar aquele monte de informações para o alto e vim discutir com e para a platéia, mas isso é perigoso mesmo. Porém, houve momentos de acerto na sua apresentação, entre estes, cito quando o mesmo colocou sua participação e experiência enquanto gestor de uma unidade pública de saúde realçando as dificuldades relacionadas à morosidade às decisões administrativas, a falta de avaliação institucional, a incorporação de tecnologias e a atração de recursos humanos qualificados.
O debate que se seguiu foi caótico (teste do olhinho, projeção de carreira, assistência a dependentes químicos etc), os pronunciamentos dos usuários demostravam a falta de sintonia entre a conferência feita e as necessidades de respostas daquele pequeno público que esperava de um representante do nível federal outras contribuições mais concretas. Mas ainda assim, o João Marcelo foi muito educado tentando responder dentro de suas possibilidades.
Assim, foi pra mim o primeiro dia da Conferência, com altos e baixos.

domingo, 21 de agosto de 2011

Controle Social: A Conferência Municipal de Saúde de Vitória da Conquista

Nos dia 11 e 12 deste mês de agosto (semana passada), tivemos a 7ª Conferência Municipal de Saúde de Vitória da Conquista, um marco importante na definição da Política Local de Saúde. Mas, confesso que a referida Conferência me causou certos vazios em alguns momentos. 
Não no sentido da organização e formatação do evento, não é isso, embora houve contratempos a serem acertados para os próximos encontros desta dimensão. O desconforto/vazio foi quanto ao conteúdo e  em alguns momentos pelo enfraquecimento nas discussões e propostas do ponto de vista político, o que me fez mais uma vez me sentir viver num SUS - projeto de governo e não, enquanto política de Estado, e mais ainda enquanto uma real Política de Estado de Seguridade Social. 
Vamos a algumas impressões, peço aos leitores que não as tome como cenários reais inequívocos,  e sim, como provocações do meu imaginário, afinal resultaram das minhas inquietações íntimas.
Começo pela Conferência Magna do Secretário Estadual de Saúde, Dr°Jorge Solla, que fez uma explanação ponderada entre os aspectos político e técnico para uma contextualização do SUS atual (comum a suas colocações), onde o político compreendia os caminhos adotados na esfera estadual para o SUS e o técnico em que apontava as dificuldades enfrentadas pelo gestor na administração pública relacionadas as amarras legais e burocráticas do Estado brasileiro bem como o subfinanciamento do sistema público de saúde nacional. 
Confesso, que tenho admiração pelo trabalho e poder de retórica de Jorge Solla, mas agora, naquele primeiro dia da Conferencia, me peguei reticente com relação ao nosso secretário, ao esperar uma abordagem crítica do técnico Solla sobre o Jorge político que superficializou a questão do financiamento e não aprofundou a explicação dos motivos da não regulamentação da Emenda 29 (não que esta seja a única solução do financiamento) nos governos do PT que contava e conta com ampla maioria do Congresso Nacional. E ainda, como as forças políticas que conformam a base aliada com poder de mudança não consegue articular propostas que façam aumentar o investimento público por habitante/ano em saúde? 
A discussão sobre financiamento (CPMF volta ou não volta, é interesse de quem ela não voltar ou por que ela não era apoiada antes e agora é) traz para nós brasileiros uma constatação de que os partidos, a depender do lado que eles estejam, mudam o foco da práxis e, assim, é preciso uma reflexão contínua sobre esta questão para que possamos entender até onde o SUS é política de governo ou de Estado.
Esperamos aprofundar estas e outras questões relacionadas nas Conferência Estadual e Nacional de Saúde para que a sociedade e a classe política brasileira possam produzir respostas esperadas a efetivação do SUS enquanto sistema promotor do direito à saúde.

Retomada

Olá amigos e colaboradores,

Hoje retomo o blog. Esclareço que o silêncio de um ano teve um motivo óbvio, o meu envolvimento com atividades profissionais diversas e intensas experiências pessoais de vida que restringiram o meu poder de escrita temporariamente. Mas aqui retomo o meu caminho. Pensei em elaborar uma lista de temática mínima da Saúde Coletiva em que pudesse me debruçar a ler e relatar as minhas vivências de aproximação/aprendizagem, e ao mesmo tempo, discutir os assuntos da ordem do dia, sem contudo deixar de abrir os debate com os leitores, colegas de SUS e discentes. Vamos lá, pra ver como se refaz o caminho.
Abraços e participem.